terça-feira, 2 de junho de 2009

Espelho d'água



Sou um marujo solitário à deriva no mar aberto,
A vida resignada ao balanço das ondas,
A cada tempestade eu me perco mais e mais,
Nenhum vento me leva ao Norte.

Atenção, marinheiros:
Missão fadada ao suicídio conigtivo,
Salve-se quem puder,
Porque um capitão sempre afunda junto ao seu navio.

Esperando o dia seguinte nascer,
Para poder dizer que sobrevivi.
O denso calor que corta a pele
Invade os sentidos e quer mais.

Cântigos morrem nos lábios secos,
Invocando esperanças perdidas no oásis do tempo.
Tão insignificante na vastidão de todos os lados,
Sem fim, sem começo, sem farol nem estrela guia.

Somente um único marujo esgotado,
Estilhaçado,
Esmagado,
Destilado,
Refletido,
Evaporando.