quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Violet Hill


It was a long and dark December


From the rooftops I remember
There was snow, white snow
Clearly I remember
From the windows they were watching
While we froze down below
When the future's architectured
By a carnival of idiots on show
You'd better lie low
If you love me, won't you let me know?


Was a long and dark December
When the banks became cathedrals
And a fox became God
Priests clutched onto bibles
Hollowed out to fit their rifles
And a cross held aloft
Bury me in armour
When I'm dead and hit the ground
My nerves are poles that unfroze
And if you love me, won't you let me know?


I don't want to be a soldier
Who the captain of some sinking ship
Would stow, far below.
So if you love me, why'd you let me go?


I took my love down to violet hill
There we sat in snow
All that time she was silent still
Said if you love me, won't you let me know?
If you love me, won't you let me know

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sagnier



Retorcidas labaredas cristalizaram-se num lapso de eternidade. Sua fluidez indefinidamente interrompida pelo acaso fatal das estacas de gelo; agudas tal qual maldição.
Os anéis de fogo de seus olhos gritarão por socorro perpetuamente. O desespero oblíquo expandindo-se dos orbes arregalados até a ponta dos dedos estendidos a mim.
Uma arte escabrosa transbordando de movimento embora tão silenciosa quanto meu coração. A vibração do seu corpo está suspensa em uma gaiola de vidro gélido que reflete a minha própria covardia.
A verdade em sua pele transparente me faz cego. Ou talvez sejam as lágrimas que finalmente me inundaram.
Um último adeus gotejante. E a paixão é soprada através de mim; o derradeiro suspiro da sua voz.


Eu te amei como ninguém.
E agora ninguém mais poderá te amar.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Reversal Terçã




Reversal Terçã


A saudade me vai matando sem pressa, enquanto anoiteço aqui dentro desse quarto forrado de noite. A brisa expirada de fora para dentro, as pequenas estrelas que piscam para si mesmas quando fecho os olhos. Elas acham que eu não noto.
É uma noite fria e sem lua.
As portas e janelas me trancam, mas não se preocupam em oferecer proteção. O teto me parece terra ferida de rachaduras. A poltrona se aconchega mais em mim, e o cigarro me segura entre os dedos e me traga lentamente, como veneno.
E só o que sobra é a fumaça, arauto tardio, escorrendo no ar, contorcendo-se em espirais cinza. Está caçando outra vítima.
Mas não há ninguém, não é mesmo?
Só há a saudade, a noite, a poltrona e o cigarro.
Quietos, calados, juntos mas solitários.
Não somos muito diferentes deles, você e eu.