
Retorcidas labaredas cristalizaram-se num lapso de eternidade. Sua fluidez indefinidamente interrompida pelo acaso fatal das estacas de gelo; agudas tal qual maldição.
Os anéis de fogo de seus olhos gritarão por socorro perpetuamente. O desespero oblíquo expandindo-se dos orbes arregalados até a ponta dos dedos estendidos a mim.
Uma arte escabrosa transbordando de movimento embora tão silenciosa quanto meu coração. A vibração do seu corpo está suspensa em uma gaiola de vidro gélido que reflete a minha própria covardia.
A verdade em sua pele transparente me faz cego. Ou talvez sejam as lágrimas que finalmente me inundaram.
Um último adeus gotejante. E a paixão é soprada através de mim; o derradeiro suspiro da sua voz.
Eu te amei como ninguém.
E agora ninguém mais poderá te amar.
2 comentários:
Fico intrigado com seus títulos....
esse ai é em homenagem a cantora?
Na verdade, é um tributo a uma personagem de um livro =D
Cristina Sagnier, de O Jogo do Anjo (Carlos Ruiz Zafón).
A morte dela é linda, de um ponto de vista poético, e um dia qualquer me veio isso na cabeça x)
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